Município da Guarda

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Bienal Art(e)facts vai premiar projetos criados por artistas em colaboração com artesãos

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22/02/2021
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A Art(e)facts, Bienal de Conhecimento que integra a área de Arquitetura e Território de Guarda 2027 – Região Candidata Capital Europeia da Cultura vai convidar artistas, arquitetos e designers a criarem projetos para serem produzidos em residências com artesãos do Fundão, Guarda e Manteigas.

Esta Bienal pretende motivar colaborações entre artistas e artesãos e constituir um património contemporâneo de obras artísticas, de carácter efémero e perene, que privilegiem a valorização do território e a reinterpretação dos saberes tradicionais.

Carlos Chaves Monteiro, Presidente da Câmara Municipal da Guarda, município que lidera a candidatura que preside ao Conselho Geral da Guarda 2027, salienta que: 'o desafio é gerar esta visão integrada em redor de projetos transformadores de uma região que se une em redor de uma causa maior que traga desenvolvimento a médio e longo prazo, a partir das nossas identidades e patrimónios, como território único e diferenciador para a Europa'.

Paulo Fernandes, Presidente da Câmara Municipal do Fundão, município da rede Guarda 2027 que acolhe Art(e)facts, explica que: 'o programa parte do Fundão e pretende construir cenários intergeracionais que garantam a sobrevivência e a valorização do meio rural, beneficiando assim as relações de cooperação e de interdependência na Beira Interior'.

Enquadrando a identidade da região e procurando instigar os seus símbolos, 'este projeto será uma oportunidade de recriar uma leitura sensível e afetiva do lugar, reforçando a importância da memória e da sua apropriação no contexto contemporâneo', evidencia Pedro Gadanho, Diretor Executivo Guarda 2027.

Supernatural Togetherness é o tema da primeira edição da bienal e propõe alianças entre espécies e gerações para salvar o futuro. 'Queremos convocar as gerações que guardam os saberes ancestrais e as gerações mais jovens, as que estão reféns de uma incerteza que não lhes permite imaginar o futuro – podem a arte e a arquitetura resgatar um legado em perigo e um futuro incerto para os reescrever de um ponto de vista pós-humano?', interpela Andreia Garcia, curadora de Art(e)facts e programadora da área de Arquitetura e Território Guarda 2027.

O programa da bienal estará em curso até setembro de 2021 e integra a realização de residências artísticas no Fundão, Guarda e Manteigas, uma exposição coletivaalargada a diferentes pontos do território e uma conferência internacional.

Até 19 de março está aberta a convocatória internacional Art(e)facts 2021 que é dirigida a artistas, arquitetos e designers, e vai premiar dois projetos com até 6 mil euros para honorários e produção. A iniciativa é direcionada à prática artística contemporânea que apresente propostas de projetos inéditos ou em fase de investigação. As propostas, individuais ou em coletivo, devem valorizar o artesanato local, propor a aprendizagem de conhecimento com artesãos locais e criar trabalhos que resultem da interseção artista-artesão e da inovação no campo da criação artística atual.

Tecelagem de burel, cestaria de vime, fabricação digital, tecelagem de linho, olaria e cestaria de castanho, são as áreas e técnicas artesanais privilegiadas e a escala dos projetos é livre, possibilitando o enquadramento desde a escala da mão humana até intervenções no espaço público.

Os dois projetos selecionados serão anunciados na primeira semana de abril e desenvolvidos em maio, em residências artísticas realizadas nas oficinas de artesãos locais. As residências envolvem a produção de seis projetos, quatro destes da autoria de criadores convidados pela organização, e culminam com uma exposição coletiva que será inaugurada em julho em várias oficinas de artesanato no Fundão, na Guarda e em Manteigas.

O regulamento pode ser consultado aqui​ e ​até ao dia 1 de março podem ser pedidos esclarecimentos e o prazo de envio das candidaturas termina às 23h59 do dia 19 de março.​

Recorde-se que a Candidatura da Guarda a Região Europeia da Cultura 2027 é um projeto regional, participado por 17 Municípios, que pretende desenvolver a Beira Interior a partir da sua dimensão cultural. A candidatura, com direção executiva do arquiteto e curador Pedro Gadanho, deseja pensar o futuro do nosso interior, tomando a criação de uma programação de dimensão europeia para o ano de 2027 como ponto de partida e 'O Apelo do Interior' como mote.

Revitalizar, desenvolver, inovar, envolver, provocar e afirmar, marcam a agenda de uma candidatura que ambiciona criar condições para o desenvolvimento artístico e cultural, social, económico e sustentável. Atuando, simultaneamente, para contrariar a desertificação, corrigir assimetrias e, usando o pretexto da candidatura, abrir portas a todos e valorizar de forma perene a qualidade de vida das pessoas.

Além dos 14 municípios do distrito da Guarda – Aguiar da Beira, Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Seia, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa –, o projeto envolve as autarquias de Belmonte, Covilhã e Fundão, no distrito de Castelo Branco.

A Capital Europeia da Cultura é uma iniciativa da União Europeia, foi criada em 1985 com o objetivo dinamizar as cidades como centros de vida cultural, social e económica. Em 2027, uma cidade, ou no caso da Guarda 2027, uma região, portuguesa e uma da Letónia serão Capitais Europeias da Cultura.

Imagem: Bienal Art(e)facts vai premiar projetos  criados por artistas em colaboração com artesãos