Município da Guarda

Município da Guarda

Câmara da Guarda vai fazer queixa à ERS e ao PR: Guarda tem sete em 1073 médicos

Direitos sociais Segurança Informações e Serviços
07/07/2021
leitura do texto

O presidente da Câmara, Carlos Chaves Monteiro, irá levar à reunião de Câmara a proposta de uma queixa à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e também proporá à Comunidade Intermunicipal um pedido de audiência conjunto ao Presidente da República (PR): «É a saúde da população de toda a região da Guarda que está em perigo», afirma o presidente da Câmara. A autarquia pedirá apoio à Ordem dos Médicos numa reunião esta tarde.

A Câmara Municipal da Guarda vai participar à Entidade Reguladora da Saúde – ERS o facto de, na semana passada, o Governo só ter destinado à Guarda sete médicos no Despacho n.º 12330-A/2021 publicado a 1 de julho em Diário da República, que distribuiu um total de 1073 médicos pelo conjunto do país.

Segundo o edil, Carlos Chaves Monteiro, «o Ministério da Saúde está a colocar em estado de necessidade a saúde de toda a população da região da Guarda, uma vez que não colocou qualquer médico nas especialidades de pediatria, de obstetrícia, de radiologia, de oftalmologia, de cardiologia ou de cirurgia na Unidade Local de Saúde – ULS da Guarda, apesar de estes serem serviços altamente deficitários e de apenas sobreviverem graças ao esforço extraordinário dos médicos residentes, que estão exaustos!»

Na próxima reunião de Câmara, na segunda-feira, Carlos Chaves Monteiro comunicará também que irá levar o assunto à Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, da qual o município da Guarda faz parte. «Irei propor à CIM um pedido de audiência conjunto ao Presidente da República, uma vez que este ataque do Ministério da Saúde às condições de vida da população desta região do interior excede, em muito, o município da Guarda: é um grave problema regional, que surpreendentemente vem de um Governo que tinha jurado defender o interior do país na sequência dos fogos do verão de 2017», afirma o autarca.

O manifesto desequilíbrio da atribuição de médicos à região da Guarda vai ser, ainda, objeto de uma exposição à Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a qual – na sequência da denúncia do baixo número de médicos colocados na cidade pelo Ministério da Saúde – já interpelou o Município da Guarda sobre as condições de saúde com que a cidade, o concelho e a região irão enfrentar o pós-pandemia da Covid-19.

Esta tarde, às 14h30, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, e o presidente do Conselho Sub-Regional, José Manuel Carvalho Rodrigues, reunirão na Câmara Municipal da Guarda com o seu presidente para avaliarem as consequências da decisão do Governo para a saúde pública e para ponderarem medidas conjuntas que possam reverter a situação.

«É reconfortante para os guardenses saber que podem contar com o apoio da classe médica e de quem os representa', afirma Carlos Chaves Monteiro. 'Sabemos bem que não é por falta de interesse de médicos em instalar-se na Guarda que a nossa ULS está carente de recursos há tanto tempo: é, simplesmente, porque isso faz parte de um ataque que a ministra da Saúde, Marta Temido, e todo o Governo de António Costa, estão, neste momento, a fazer à Guarda e à sua região».

Segundo o presidente da Câmara Municipal, 'na política não pode valor tudo!' E acrescentou que «as próximas eleições autárquicas não podem justificar ataques à população, diferenças gritantes de tratamento entre os portugueses das diferentes regiões e falta de sentido de Estado!»

Imagem: Câmara da Guarda vai fazer queixa à ERS e ao PR: Guarda tem sete em 1073 médicos