É sabido que o património cultural, além de testemunha e presença identitária de um povo, uma cidade, um lugar é, ainda, portador de sentido de coesão e convergência entre os membros da sociedade. Na Guarda, como nas outras cidades, existem diversos bens imóveis e monumentos, geradores de um património cultural local que, “escrito” por gerações precedentes, testemunham a sua história. É a identidade de cada cidade evidenciando os seus particularismos. Sendo a escolha da organização da temática a desenvolver na Guarda, a Judiaria do Centro Histórico da Guarda (Passo do Biu), entendemos que seria importante alargar intervenção criativa a outros espaços que têm entre si um fio condutor no património histórico cultural edificado na Guarda. Incluímos, assim, mais dois espaços, um deles o Jardim José de Lemos que consideramos de interesse pela sua localização, sendo zona de passagem e também pelo seu valor paisagístico, as suas características já de si, orgânicas e naturais, mas também intensionalmente desenhadas, são o palco ideal para que consiga criar um ambiente totalmente imersivo e mágico. O outro espaço proposto é a Torre dos Ferreiros, que consideramos também um ponto estratégico de ligação entre as instalações do Jardim e do Paço, para além do seu valor histórico e arquitetónico, que permitem criar igualmente um espaço imersivo e tirar partido da sua verticalidade, para enfatizar a conexão entre o céu e a terra. Valorizar este património, utilizando a luz, o vídeo, o som e os efeitos especiais, como elementos centrais, proporcionando novos percursos de interpretação de símbolos comunitários e identitários, na medida em que se assume a reflexão sobre as arquiteturas físicas das cidades, não só dos edifícios ou monumentos e espaços físicos, mas da apropriação que se promove dos mesmos, quotidianamente, pelas vivências das suas comunidades residentes