Município da Guarda

Município da Guarda

Viabilização da prospeção de lítio no território: Câmara da Guarda defende mais estudos

Ambiente Segurança Informações e Serviços
03/02/2022
leitura do texto

O estudo de avaliação ambiental que o Ministério do Ambiente e Ação Climática divulgou esta quarta-feira, 2 de fevereiro, dá conta da viabilização da prospeção de lítio em seis regiões de Portugal, sendo cinco dessas zonas no distrito da Guarda e quatro delas no território do nosso concelho.

«A Câmara da Guarda estava certa quando emitiu um parecer desfavorável ao programa proposto inicialmente para a prospeção e pesquisa, dado que a publicação dos resultados desse mesmo estudo do Governo nos territórios no concelho da Guarda, do qual tivemos conhecimento apenas pela comunicação social, veio confirmar a redução para metade da área de prospeção do nosso concelho face ao que estava previsto», refere a propósito da divulgação do estudo, o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa.

O autarca garante que terá de ser bem avaliado todo este processo, para aferir se a prospeção e a pesquisa não trará «mais desvantagens que vantagens ao território» e dá como exemplo a exploração de Urânio, Rádio e Volfrâmio na região nos anos 60 e 70 do século XX, «que custou mais de 5 milhões de euros ao Estado Português para obras de remediação ambiental, nos últimos anos». Para o autarca, as zonas incluídas para a prospeção chocam ainda, nomeadamente com territórios do Estrela Geopark Mundial da UNESCO que espera ver a chancela da Organização das Nações Unidas reafirmada. Ou ainda o Miradouro Hidrográfico das três bacias, em Vale de Estrela, local que marca o ponto de convergência das bacias hidrográficas dos maiores rios que cruzam o território português: Douro, Mondego e Tejo. Há ainda outras duas áreas em questão e de manifesto interesse arqueológico como é o caso do Castro do Tintinolho, na Guarda ou do Cabeço das Fráguas, na Benespera. As zonas indicadas pelo referido Estudo do Governo, colocam ainda em risco áreas agrícolas e naturais importantes que podem «vir a comprometer o desenvolvimento turístico e económico do território do Concelho da Guarda».

De referir que globalmente, foram viabilizadas pelo Estudo Ambiental as áreas denominadas “SEIXOSO-VIEIROS”, que abrange os concelhos de Fafe, Celorico de Basto, Guimarães, Felgueiras, Amarante e Mondim de Basto, “MASSUEIME”, que atinge os municípios de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Trancoso e Meda, “GUARDA-MANGUALDE C (Blocos N e S)”, que inclui Belmonte, Covilhã, Fundão e Guarda, “GUARDA-MANGUALDE E”, que abrange Almeida, Belmonte, Guarda e Sabugal, “GUARDA-MANGUALDE W”, que inclui Mangualde, Gouveia, Seia, Penalva do Castelo, Fornos de Algodres e Celorico da Beira, bem como “GUARDA-MANGUALDE NW”, área que inclui os municípios de Viseu, Satão, Penalva do Castelo, Mangualde, Seia e Nelas.

Imagem: Viabilização da prospeção de lítio no território: Câmara da Guarda defende mais estudos