A Guarda e o País perderam hoje uma das suas figuras mais marcantes da Democracia portuguesa. Francisco Pinto Balsemão, jornalista, fundador do semanário Expresso e líder do Grupo Impresa, foi Deputado, Ministro de Estado e Primeiro-Ministro de Portugal, partiu deixando um legado de liberdade, coragem cívica e elevação humanista que muito honra a sua terra de raízes — a Guarda.
Filho e neto de guardenses, descendente de famílias que contribuíram de forma decisiva para o progresso e modernização do nosso concelho, Francisco Pinto Balsemão sempre manteve viva a ligação à “Cidade Berço” da sua família. Foi na Guarda que os seus antepassados instalaram a primeira rede de iluminação elétrica pública da cidade, introduziram o telefone, dinamizaram a indústria têxtil e o jornalismo regional. Do seu avô paterno herdou o nome e o espírito livre de jornalista — fundador dos jornais O Povo e O Combate. É também da memória guardense que nasce o nome do grupo IMPRESA: homenagem à antiga “Empresa de Eletricidade da Guarda”, fundada pela sua família e conhecida na época apenas por “a empresa”, símbolo de inovação e progresso para todo o distrito. A sua família ofereceu ainda à comunidade guardense o Solar de Santa Luzia — antiga casa senhorial, hoje ao serviço do Instituto de São Miguel — como gesto de gratidão pela forte ligação afetiva à Guarda.
Francisco Pinto Balsemão distinguiu-se no panorama nacional como defensor intransigente da liberdade de imprensa, da democracia e do pensamento plural. A sua palavra, serena e firme, foi sempre exemplo de ética, inteligência e sentido de serviço público. Pelo seu percurso ímpar e pelo prestígio que trouxe ao nome da Guarda, o Município deliberou, a 13 de março de 2023, por unanimidade, atribuir-lhe a Medalha de Honra do Município da Guarda – Grau Ouro, distinguindo-o como Cidadão Honorário da Guarda.
Num momento de profunda consternação, expresso, em nome do Município da Guarda e em nome pessoal, o mais sentido pesar à família, aos amigos, ao Grupo Impresa, ao jornal Expresso e a todos quantos com ele privaram e trabalharam.
A Guarda perde um dos seus filhos maiores. A liberdade, o jornalismo e a democracia perdem uma das suas vozes mais nobres. Fica o exemplo, a memória e a gratidão de uma cidade que o reconhece como parte da sua história. Honrando a sua vida e legado, apresentamos o nosso profundo pesar.
Em sua homenagem, a Guarda acompanha e partilha o sentimento de todo o País, hasteando as Bandeiras do Município e de Portugal a meia-haste, logo que o Governo decrete Luto Nacional.
O Presidente da Câmara Municipal da Guarda
Sérgio Costa