O artesanato do concelho da Guarda é muito rico. Algumas lojas na cidade, e outras espalhadas pelo concelho permitem encontrar produtos típicos da região, feitos de forma costumeira, com as mesmas técnicas e com as mesmas tradições de há muitas gerações.
A tradição dos mestres, do artesanato e da especialização na produção tradicional está patente em muitas peças que, ainda hoje, se podem observar e adquirir, utilizando em alguns casos as novas tecnologias e os ensinamentos ditados pela dinâmica cultural que se tem vindo a registar na nossa região.
Saberes de muitos séculos e de muitas gerações chegam até nós em cada um destes produtos, feitos por quem ainda sabe.
Cobertor de Papa
O concelho da Guarda é desde tempos pré-históricos um lugar de pastores e dos seus rebanhos. Aproveitando a lã – uma matéria-prima destas terras – desenvolveu-se toda uma indústria ligada a este produto. Os cobertores de papa identificam a região e ainda hoje fazem parte do quotidiano dos nossos pastores.
Campainhas de Maçainhas
Nas aldeias do concelho e nas encostas da Serra da Estrela não há dia em que não se ouçam as campainhas de Maçainhas. Estas, penduradas ao pescoço das ovelhas, servem para os pastores localizarem os seus rebanhos. A fama dos nossos campainheiros levou o tinir das campainhas de Maçainhas a ouvir-se também por outras terras do país.
Cutelaria
O concelho da Guarda possui um lugar de destaque na tradição da cutelaria. Esta arte conserva segredos ancestrais que ainda se põem em prática nas nossas terras. Aliando as artes milenares do trabalho do ferro à estética e a uma funcionalidade atuais, a cutelaria continua a desempenhar um papel fundamental no nosso dia-a-dia.
Azeite
Com uma simbologia que vai do profano ao sagrado, o azeite assume um interesse que vem de há séculos, sendo um produto à volta do qual se desenvolveram uma série de atividades económicas, gastronómicas e até medicina popular.
Forno Comunitário
Muitas das nossas aldeias têm ainda forno comunitário, à volta do qual há “saberes e fazeres” que só ali se guardam.
Nas épocas festivas os fornos são usados para se fazer o folar, os biscoitos e assar o cabrito.
Transumância e Pastorícia
Uma tradição arcaica cuja origem se perde nos tempos e que ainda hoje permanece, embora com menor importância. Durante séculos esta atividade foi a base económica e social das populações rurais, originando rotas e caminhos através dos quais se difundiam tradições, costumes e canções que viajavam juntamente com o gado.
Cestaria
A arte da Cestaria no nosso concelho continua a ser, atualmente, uma atividade indispensável na vida rural e doméstica das nossas gentes. Não só a infinidade de objetos, formatos e feitios, mas também a qualidade e funcionalidade deste tipo de artesanato têm justificado a sua preservação.
Enchidos
As tradições ligadas à matança do porco são ainda hoje, para algumas famílias, um fator muito importante. No concelho da Guarda as morcelas de sangue, os farinheiros, as chouriças, o presunto e os buchos são os enchidos que mais se produzem. Aliados à batata e ao pão e regados com azeite da região, são um repasto que nos identifica.
Castanha
Com o outono chegam as castanhas, um dos produtos básicos da alimentação dos beirões, chegando mesmo a substituir o pão ou as batatas. Castanheiros e castanhas fazem parte do quotidiano das nossas gentes.
Queijo da Serra
A produção do nosso queijo obedece a técnicas milenares e a “segredos” cuja resposta está nos pastos da região, no cardo e a sua mistura com o leite, na arte com que se separa e mexe a coalhada, e nos processos de cura, que seguem criteriosamente os saberes de antigamente.